A História Como Ela Foi https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br passagens marcantes e curiosidades do Brasil e do mundo Sat, 14 Jul 2018 05:00:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 ‘Em todos os círculos reina uma tranquilidade relativa’, relatava imprensa após ascensão de Hitler https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/11/09/em-todos-os-circulos-reina-uma-tranquilidade-relativa-relatava-imprensa-apos-ascensao-de-hitler/ https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/11/09/em-todos-os-circulos-reina-uma-tranquilidade-relativa-relatava-imprensa-apos-ascensao-de-hitler/#respond Wed, 09 Nov 2016 16:33:55 +0000 https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/files/2016/11/hitlerhidemburg-180x131.jpg http://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/?p=486 Misturado ao choque, à incredulidade e ao medo manifestados após a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, está um certo de desejo de que, vá lá, quem sabe não será tão terrível assim.

O wishful thinking se baseia no discurso volátil de Trump, que, após meses de fanfarronices, surpreendeu com um discurso conciliador pós-vitória.

Baseia-se também na expectativa (inclusive entre partes de seus eleitores, contou a enviada da Folha Isabel Fleck) de que campanha é mesmo tempo de exageros e que o novo presidente buscará um caminho de mais temperança agora que ganhou.

A torcida consiste ainda no fato de Trump supostamente ser menos interessado no envolvimento dos EUA em questões externas e que, diante de sua figura caótica, um isolacionismo americano pudesse até ser um mal menor.

Por fim, há sempre o sistema de pesos e contrapesos da democracia americana e a gama de interesses da elite econômica dos EUA para travar eventuais arroubos irracionais e populistas do novo presidente.

Essa relativa e comedida tentativa de ver luz no fim do túnel que começa a pipocar faz valer lembrar como foi o day after da chegada de Adolf Hitler ao poder na Alemanha.

(Faz-se, claro, todas as ressalvas à surrada e imprecisa comparação, que inclusive virou meme recente, copiado abaixo. É certo que Trump não é Hitler e não há registros de que o republicano tenha estruturado uma plataforma racista com potencial de levar ao extermínio de povos. Mas ainda resta o paralelo do outsider que não era levado a sério pela elite e chegou ao poder com discurso agressivo e nos ombros da raiva e do ressentimento popular)

‘Zeladores fiéis’

Em 31 de janeiro de 1933, um dia após a indicação de Hitler como chanceler, despacho vindo de Berlim da agência United Press contemporizava que embora fosse “indiscutível que esse fato representasse um acontecimento de importância histórica”, a elite alemã tinha um plano.

Desafeto de Hitler, o presidente alemão Paul von Hindenburg dava a chance para que o nazista formasse um governo para tentar tirar a Alemanha do impasse, já que nenhum dos grupos políticos saía das eleições com ampla maioria. O idoso marechal, porém, cercou o novato de conservadores mais moderados e experimentados.

hitlerkabinett
Hitler e seu gabinete, integrado por nazistas, mas também por conservadores moderados ligados a Hindenburg

“O presidente alemão empenhou-se em rodear o novo chanceler de zeladores fiéis da antiga ordem das coisas”, explicava a United Press. “Essas restrições impostas à autoridade do chefe nacional-socialista são de natureza a neutralizar muitos de seus propósitos de implantar na Alemanha um regime que apresente afinidades com o fascismo italiano.”

Discurso pós-vitória

Hitler jurou fidelidade à Constituição e prometeu respeitar as leis. Não dissolveu imediatamente o Partido Comunista, arquirrival dos nazistas.

Em discurso aos aliados, registrou o francês “Le Figaro”, exaltou a união dos nacionalistas alemães e falou de “recriar uma Alemanha baseada na honra, na liberdade e na paz social”.

hitlercrowd
O novo chanceler alemão é saudado por populares após ser indicado para a chefia do governo

Os políticos católicos de centro abstiveram-se de fazer oposição e decidiram tolerar provisoriamente o novo governo.

Em meio às festas dos camisas pardas nazistas pelas ruas alemãs, houve confronto com comunistas, mas as desordens foram sem maior gravidade, relatou a UP.

“Vinte e quatro horas após a ascensão ao poder do sr. Hitler, tem-se a impressão de que houve uma modificação, na opinião geral, sobre o ‘hitlerismo’. Pode-se dizer quem em todos os círculos reina uma tranquilidade relativa”, escrevia a UP em 1º de fevereiro de 1933.

‘Golpe mortal’

Menos tranquilo parecia o germanista Raymond Henry, do “Figaro”, que via um “golpe mortal” na Constituição e no parlamentarismo. “Infelizmente, não se pode crer em suas palavras, e é preciso esperar seus atos.”

“Trata-se da instauração da ditadura em benefícios dos grandes industriais, dos proprietários de terra e dos militares”, escreveu. “[A vitória de Hitler] significa que que diante da impossibilidade de fazer coexistir o regime autoritário e o constitucional, é o último que deverá ceder seu lugar.”

Previa ainda o “grave perigo” que o nazista representava “do ponto de vista exterior”.

Meses após vencer e fazer os devidos juramentos, Hitler alienou seus “zeladores”, cassou liberdades, prendeu opositores, retirou poderes do Parlamento e passou a governar com plenos poderes. Tornava-se o Führer.

germany
Meme que circulou antes da eleição de Trump, assinado pelo “povo da Alemanha”, comparando-o a Hitler
]]>
0
Enquanto você publica sua foto de criança, 12 de outubro é dia de treta na Espanha https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/10/12/enquanto-voce-publica-sua-foto-de-crianca-12-de-outubro-e-dia-de-treta-na-espanha/ https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/10/12/enquanto-voce-publica-sua-foto-de-crianca-12-de-outubro-e-dia-de-treta-na-espanha/#respond Thu, 13 Oct 2016 00:06:10 +0000 https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/files/2016/10/Desembarco_de_Colón_de_Dióscoro_Puebla-180x111.jpg http://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/?p=468 Quem passa o 12 de outubro em um clima ameno de brinquedos, fotos de crianças em redes sociais e eventuais referências a Nossa Senhora Aparecida talvez não conheça o clima conflagrado que a data ganha a alguns milhares de quilômetros daqui.

O dia vem a ser, na Espanha, de Festa Nacional –um equivalente ao nosso 7 de Setembro.

Agora, se no Brasil a data nacional se passa sem maiores controvérsias históricas, não é o caso dos espanhóis.

Isso porque a data máxima da Espanha tem tudo a ver com a colonização da América –iniciada em 12 de outubro de 1492, quando o genovês Cristóvão Colombo desembarcou no Novo Continente a soldo da Coroa espanhola.

Outra ilustração da chegada de Colombo. Note que, se na imagem anterior os índios aparecem no canto, nessa eles desaparecem
Outra ilustração da chegada de Colombo. Note que, se na imagem anterior os índios aparecem no canto, nessa eles desaparecem

Inicialmente chamada de Día de la Raza (Dia da Raça), no caso, a espanhola, a festa começou a ser chamada de Día de la Hispanidad a partir dos anos 1930.

A partir dessa época, a data, que já tinha potencial de causar relativa treta por celebrar um processo de colonização que impôs a cultura e a religião europeia aos nativos e levou à morte de milhões deles, conseguiu ficar ainda mais polêmica.

A exaltação patriótica e da “raça” espanhola tinha tudo a ver com a ideologia do regime do general Francisco Franco, que comandou a vitória dos nacionalistas na Guerra Civil Espanhola em 1939 e governou o país em um regime de inspiração fascista até os anos 1970.

Ilustração do ditador Francisco Franco
Ilustração do ditador Francisco Franco

O ranço que ligava a data ao franquismo fez com que, já sob a democracia, em 1987, a expressão hispanidad fosse oficialmente substituído por Festa Nacional da Espanha.

Mas a lei que instituiu a data seguia afirmando que ela “simboliza a efeméride histórica na qual a Espanha, a ponto de concluir um processo de construção do Estado a partir de nossa pluralidade cultural e política, e a integração dos reinos da Espanha em uma mesma monarquia, inicia um período de projeção linguística e cultural além dos limites europeus”.

Eis um prato cheio para irritar 1) os diferentes grupos separatistas dentro do país; 2) os opositores do regime monárquico; e 3) os críticos à exaltação do colonialismo dentro da Espanha e em suas ex-colônias.

Sobre o terceiro ponto, o tal Día de la Raza se espalhou pelos países de língua espanhola (No Brasil, também temos um em geral ignorado Dia da Raça em 5 de setembro, herança do Estado Novo de Getúlio Vargas).

Mas, nas ex-colônias espanholas, reações a ideia de ter uma data para celebrar os colonizadores levaram alguns governos de esquerda a mudar seu nome para Dia do Respeito à Diversidade Cultural, no caso da Argentina, ou um mais direto Dia da Resistência Indígena, na Venezuela e na Nicarágua.

Cartaz de 1947 celebra o Dia da Raça na Argentina
Cartaz de 1947 celebra o Dia da Raça na Argentina

Enquanto isso, nesta quarta, na Espanha, mais uma vez diversos grupos se rebelaram contra a festa. Prefeitos rebeldes mantiveram repartições funcionando (a Prefeitura de Madri enfeitou um de seus prédios com uma whipala, bandeira indígena que celebra o multiculturalismo), movimentos de esquerda ou antimonarquistas repudiaram publicamente as celebrações e uma miríade de artigos reclamando da data foram publicados na imprensa espanhola.

Nada disso impediu, claro, que o rei Felipe 6º oferecesse uma recepção para 1.300 convidados em seu palácio e 3.500 militares desfilassem pelas ruas de Madri.

]]>
0
Renúncia de Collor em momento final não impediu julgamento pelo Senado https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/08/30/renuncia-de-collor-em-momento-final-nao-impediu-julgamento-pelo-senado/ https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/08/30/renuncia-de-collor-em-momento-final-nao-impediu-julgamento-pelo-senado/#respond Tue, 30 Aug 2016 05:00:17 +0000 https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/files/2016/08/BX180_5C22_9-180x120.jpg http://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/?p=428 Fernando Collor se irritou ao saber que o Senado manteve o julgamento de seu impeachment após ele ter renunciado à Presidência da República.

Se Dilma Rousseff foi à Casa se defender, o presidente afastado de 1992 entregou o cargo logo após o início da sessão na esperança de que se livraria ao menos da perda de direitos políticos.

Os senadores descartaram a hipótese. Em resposta, Collor mandou dizer, via porta-voz, que aquilo se tratava de um “tribunal de exceção”.

Prometeu recorrer ao Supremo Tribunal Federal e seguir na vida política, submetendo-se ao “julgamento das urnas”.

Ele voltaria a se eleger em 2006, ao Senado, onde está até hoje, tendo votado pelo afastamento de Dilma.

O primeiro dia de julgamento daquele impeachment teve comemoração de congressistas com a renúncia, enquanto pessoas nas galerias do Senado cantavam “Pra não dizer que não falei de flores”, de Geraldo Vandré.

O dia também foi dedicado a ouvir testemunhas do processo.

A renúncia, decidida por Collor solitariamente na manhã daquele 29 de dezembro, irritou aliados pegos de surpresa.

Na noite anterior, em jantar com alguns deles regado a uísque e empadão de Goiás, ele não falara que tomaria a medida.

“A renúncia não deixa de ser uma admissão de culpa”, atacou um dos mais fiéis aliados no Senado, Áureo Mello (PRN-AM), acrescentando que “esse Collor é um cara de pau”.

A votação que decidiu pelo prosseguimento do julgamento –73 votos a 8– já sinalizava a surra que Collor levaria dos senadores. Só ficaram a seu lado alguns membros de sua sigla, o PRN, e de PFL (atual DEM) e PDS (hoje PP).


 

Durante o fim de semana, dois textos da série “Enquanto isso, em 1992”, foram publicados na internet como reportagens em “Poder”, sem virarem posts do blog. Você pode lê-los aqui: a expectativa de que Collor falasse no Senado e a relação azeda entre o presidente afastado e o interino, Itamar Franco.

]]>
0
Aliados comparavam Collor a Nelson Mandela e o imaginavam como vítima da história https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/08/27/aliados-comparavam-collor-a-mandela-e-o-imaginavam-como-vitima-da-historia/ https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/08/27/aliados-comparavam-collor-a-mandela-e-o-imaginavam-como-vitima-da-historia/#respond Sat, 27 Aug 2016 05:00:27 +0000 https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/files/2016/08/BX039_1441_9-180x120.jpg http://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/?p=421 A menos de um mês de Fernando Collor ter seu mandato cassado pelo Senado, seus poucos aliados o comparavam a Nelson Mandela e previam que ele entraria para a história como vítima.

A comparação com o líder sul-africano, que passou 27 anos preso e se transformou em herói de seu país, foi feita pelos três senadores que votaram contra o impeachment do presidente afastado na comissão especial do Senado.

Ney Maranhão (PRN-PE), Lucídio Portela (PDS-PI) e Áureo Mello (PRN-AM) foram visitar Collor na Casa da Dinda no dia seguinte à votação.

“Ele vai sair como vítima. Vai deixar uma marca nesse país”, previu Maranhão (de branco na foto acima), que morreu em abril deste ano.

Portela, irmão menos conhecido de Petrônio Portella, artífice da distensão da ditadura militar, e Mello morreram no ano passado.

Os aliados diziam ver a condenação de Collor como certa, mas que o presidente não renunciaria –promessa que ele acabaria por não cumprir semanas depois.

Escasso na classe política, o apoio a Collor também era raro na sociedade civil.

Diferentemente de Dilma Rousseff hoje, que costuma participar de atos promovidos por movimentos de esquerda que ainda a apoiam, o presidente se mantinha recluso na Dinda.

Uma solitária Associação de Defesa Comunitária, presidida por um corretor de imóveis radicado no Rio, Edgard Clare, defendia Collor.

A entidade publicou em jornais artigos em que defendia o impeachment de deputados e senadores anti-Collor.

Depois da cassação do presidente, insistiu na tese em outdoors espalhados pelo Rio.

]]>
0
Lula não via chances de Collor voltar e dizia torcer por sucesso de Itamar https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/08/26/lula-nao-via-chances-de-collor-voltar-e-dizia-torcer-por-itamar/ https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/08/26/lula-nao-via-chances-de-collor-voltar-e-dizia-torcer-por-itamar/#respond Fri, 26 Aug 2016 05:00:48 +0000 https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/files/2016/08/BX219_59A3_9-118x180.jpg http://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/?p=416 Então presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva dizia torcer pelo sucesso do governo do presidente interino, Itamar Franco, após o afastamento de Fernando Collor.

Em outubro de 1992, Lula afirmou à Folha: “Todos nós temos a obrigação de torcer para que o governo Itamar dê certo”. Ele citou “a obrigação de fazer” a gestão funcionar “para que ninguém diga que está com saudades do Collor”.

O petista afirmava não ver possibilidade de que Collor revertesse sua cassação no julgamento final do Senado.

Lula descartava, porém, que seu partido participasse diretamente do governo Itamar, ficando apenas disposto a contribuir “na elaboração de um programa mínimo” e eventualmente trabalhar no Congresso para viabilizar medidas.

Ao longo do tempo, porém, o PT acabou por se firmar como forte crítico da administração Itamar, sobretudo do Plano Real.

Derrotado por Collor em 1989, Lula se declarava parlamentarista e dizia que poderia ser novamente candidato se a nova forma do governo fosse aprovada no plebiscito de 1993 em um modelo em que o presidente tivesse “função política” como na França ou em Portugal.

O parlamentarismo acabou derrotado em 1993, assim como Lula em 1994 –ele só venceria em 2002.

No dia de Natal de 1992, a poucos dias de ser definitivamente julgado, foi a vez de Collor citar Lula. Para ele, a vitória do impeachment sacramentaria jurisprudência de um “golpe branco” que, previa, atingiria outros presidentes.

“Se Lula for eleito, será a próxima vítima”, afirmou o presidente afastado.

]]>
0
Com dificuldade para bancar advogados, Collor questionou processo no Supremo https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/08/25/com-dificuldade-para-bancar-advogados-collor-questionou-processo-no-supremo/ https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/08/25/com-dificuldade-para-bancar-advogados-collor-questionou-processo-no-supremo/#respond Thu, 25 Aug 2016 05:00:25 +0000 https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/files/2016/08/BX036_44B0_9-180x121.jpg http://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/?p=412 Assim como Dilma Rousseff, que recorreu ao Supremo Tribunal Federal contra pontos com que discordava de seu julgamento no Senado, o então presidente afastado, Fernando Collor, também buscou judicializar seu processo de impeachment.

Uma das apostas de Collor foi a tentativa de que 29 dos 81 senadores fossem declarados impedidos de julgá-lo. Os alvos eram aqueles que atuaram na CPI que investigou o esquema de PC Farias e os suplentes de senadores que viraram ministros do presidente interino, Itamar Franco —e que perderiam o cargo se Collor voltasse ao poder.

O pedido não prosperou nem com o presidente do STF, Sidney Sanches (na imagem acima, à esquerda, recebendo a defesa de Collor), responsável pelo julgamento no Senado, nem em recurso à Supremo.

Uma troca de advogados feita na véspera do início do julgamento final só conseguiu adiá-lo em uma semana.

O presidente também se negou a depor na comissão especial do impeachment. “O risco seria transformar o interrogatório em um grande espetáculo”, disse seu advogado, José Guilherme Vilella.

Em defesa entregue aos senadores, Collor atacou o ex-tesoureiro de campanha PC Farias, dizendo-se “amargurado” e “revoltado” após tomar conhecimento das “atividades escusas” do empresário.

Com o salário reduzido à metade, o presidente penava para pagar seus advogados —de custo estimado em US$ 500 mil—, chegando a pedir ajuda a seu partido, o PRN.

“Não vamos abandonar o presidente nesta hora”, avisou o presidente do PRN, Daniel Tourinho, que empreendeu uma “campanha” para arrecadar fundos para pagar os advogados.

Amigo de Collor, o empresário Luiz Estevão anunciou que ajudaria a bancar a defesa do presidente. Ele, que foi senador pelo PMDB, teve o mandato cassado em 2000 e hoje está preso.

]]>
0
Afastado, Collor pensava em reunir aliados em novo partido, o PSOL https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/08/24/afastado-collor-pensava-em-reunir-aliados-em-novo-partido-o-psol/ https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/08/24/afastado-collor-pensava-em-reunir-aliados-em-novo-partido-o-psol/#respond Wed, 24 Aug 2016 05:00:46 +0000 https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/files/2016/08/collor-180x121.jpg http://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/?p=406 Afastado da Presidência em 2 de outubro de 1992, Fernando Collor se manteve em situação análoga à de Dilma Rousseff até 29 de dezembro.

Naquele dia, o mesmo em que o Senado iniciou seu julgamento final, o presidente renunciou, em tentativa de suspender o impeachment.

O plano foi rechaçado pelos senadores e Collor foi condenado definitivamente na madrugada do dia 30.

O humor presidencial mudou ao longo do processo.

O mesmo Collor que dizia confiar em “besteiras” do vice Itamar Franco para retornar ao cargo passou a apontar a própria saída como irreversível.

Collor planejava aglutinar aliados que restavam em torno de um bloco parlamentar que se tornaria o embrião de um futuro partido, que, ironicamente, teria o nome de PSOL (Partido Social Liberal) –nada a ver com o atual Partido Socialismo e Liberdade.

Na reclusão da Casa da Dinda enquanto aguardava o veredito final do Senado, Collor preparava defesa, recebia apoiadores e falava à imprensa. A um mês de ser cassado, disse à CNN descartar renunciar e se sentir em um pesadelo.

“Acordo todos os dias e me pergunto até quando vai durar essa tortura”, afirmou.

Nos fins de semana, o presidente jogava baralho na casa de amigos como o empresário Luiz Estevão. Segundo eles, exibia desânimo e se mantinha praticamente calado.


Com a proximidade do julgamento final de Dilma Rousseff, o blog retoma a publicação de memórias de períodos equivalente durante o processo que cassou o mandato de Fernando Collor. Os textos também são publicados na seção “Enquanto isso, em 1992”, na edição impressa da Folha.

Essa é a segunda parte de uma série iniciada durante a votação da admissibilidade do pedido de impeachment de Dilma, na Câmara, em abril.

Nela, que pode ser lida no índice do blog, contamos histórias como a suposta dor de dente de um aliado que atrasou a apresentação da defesa do presidente, as participações de Lula no processo, um rompante de ira de Collor e como o hoje crítico a Dilma Ronaldo Caiado defendia o então presidente.

]]>
0
A cidade que homenagearia uma amante e outras origens dos nomes de municípios de São Paulo https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/08/17/a-cidade-que-homenagearia-uma-amante-e-outras-origens-dos-nomes-de-municipios-de-sao-paulo/ https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/08/17/a-cidade-que-homenagearia-uma-amante-e-outras-origens-dos-nomes-de-municipios-de-sao-paulo/#respond Wed, 17 Aug 2016 04:48:34 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/?p=393 Quando se fala da origem dos nomes de lugares brasileiros, muitos lembram do vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo. O nome do local remete a um rio que, segundo os índios, teria características demoníacas, daí o uso da expressão em tupi “anhanga”.

Os nomes acabam banalizados no dia a dia e não se costuma parar para pensar na origem indígena de palavras como Ibirapuera, Mogi Mirim, Araçatuba etc.

Uma mesa-redonda nesta quarta-feira (17) em São Paulo para contar um pouco sobre a origem dos nomes dos municípios paulistas. O encontro reunirá o diretor do Museu da Língua Portuguesa, Antonio Carlos Sartini, o jornalista e artista plástico Enio Squeff e o tradutor e mestre em línguas indígenas Marcel Ávila.

A mesa antecede a inauguração de uma exposição sobre o tema em Itápolis, no interior do Estado, em setembro. A mostra se baseia no livro “Origem dos nomes dos municípios paulistas”, de Squeff e de Helder Perri Frerreira.

Segundo Sartini, mais de 70% das cidades de São Paulo terem origem em expressões indígenas. Ele lembra o caso de Sorocaba, que remete a “sororoca”, rasgos na terra da região. Já Araçatuba significa um lugar (“uba” em tupi) de árvores araçás. A mesma lógica se aplica a Caraguatatuba, local de caraguatás, uma planta.

Nem tudo é só tupi. Itápolis, por exemplo, mistura “itá”, pedra em tupi, e “pólis”, cidade, em grego. Narandiba vai além misturando o “naranja” de laranja, em espanhol, e “tyba”, um ajuntamento, em tupi. Em alguns casos não foi mesmo possível encontrar uma explicação a contento, como Cajamar e Lindoia.

O caso mais saboroso e inusitado vem de Adamantina, que teria duas gêneses. Na menos palpitante delas, seria uma referência a “adamantino”, isto é, o caráter sólido como diamante de seus moradores. Ficamos com a versão considerada menos provável pelos autores, segundo a qual o nome faria referência a Ada, a amante de um diretor da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, formando a supostamente discreta expressão “Ada amante minha”.

Há ainda, claro, a profusão a nomes católicos, como o mais evidente caso de São Paulo, nome pioneiro do cristianismo.

Além da questão da origem do nome, Sartini, do Museu da Língua Portuguesa, chama atenção para o fato de como municípios mais recentes tendem mais a homenagear personalidades, e não remeter a expressões indígenas.

No extremo oeste paulista, por exemplo, temos a série de referências a presidentes brasileiros, como Presidente Prudente, Presidente Epitácio, Presidente Bernardes e Presidente Venceslau. Só o último deles remete a um presidente homenageado ainda vivo. No caso, Venceslau Brás.

Mesa-redonda “O processo de transposição do livro para a exposição e as origens tupi”
Data: 17 de agosto
Horário: 10h30
Local: Auditório do Museu Catavento – Avenida Mercúrio, s/n – Brás – parque Dom Pedro II
Inscrições gratuitas pelo site: http://goo.gl/2DxE1u

 

]]>
0
Alguns episódios que reforçam a sina de agosto, o mês do cachorro louco https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/08/01/alguns-episodios-que-reforcam-a-sina-de-agosto-o-mes-do-cachorro-louco/ https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/08/01/alguns-episodios-que-reforcam-a-sina-de-agosto-o-mes-do-cachorro-louco/#respond Mon, 01 Aug 2016 23:30:41 +0000 https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/files/2016/08/640px-Francois_Dubois_001-180x108.jpg http://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/?p=371 Agosto promete, como contei na Folha nesta segunda-feira (1º). O mês que ganhou fama por ser dado a tempestades pode definir o destino de Dilma Rousseff e Eduardo Cunha e reforçar a impressão de que se trata do “mês do cachorro louco”, no qual as coisas mais inacreditáveis acontecem.

A história brasileira deu sua contribuição para reforçar a crendice em torno do “mês do desgosto”, mas sua origem vem, como boa parte das coisas boas e ruins da pátria, de Portugal.

Segundo o folclorista Mário Souto Maior, as mulheres portuguesas não casavam em agosto porque este era o mês preferido para os navios deixarem o país em busca de novos territórios para o reino.

Como casar neste mês significava ficar sem lua-de-mel ou mesmo viúva logo após o matrimônio, cunhou-se a expressão: “Casar em agosto traz desgosto”. A superstição veio para a colônia e persiste em várias regiões do país (os destemidos que ousam contrariá-la podem, inclusive, conseguir bons descontos).

Em seu “Dicionário do Folclore Brasileiro”, Câmara Cascudo define agosto como “o mês das desgraças e das infelicidades” nos países latinos.

Veja abaixo alguns acontecimentos que ajudaram a construir a aura em torno do pobre oitavo mês do calendário.

Suicídio de Getúlio Vargas

 

BX228_2A3B_9
Getúlio Vargas ao lado do vice Café Filho e de Tancredo Neves (UH/Folhapress)

O presidente que foi ditador e ficou conhecido como “pai dos pobres” se matou com um tiro no peito em 24 de agosto de 1954. Era pressionado a renunciar após denúncias de corrupção e envolvimento do chefe de sua guarda pessoal no assassinato de um major. Ficou célebre o trecho de sua carta-testamento na qual afirma: “Saio da vida para entrar na história”.

 

Renúncia de Jânio Quadros

 

AX166_58AD_9
Jânio condecora o ministro cubano Che Guevara em agosto de 1961 (Folhapress)

Também sob pressões, o presidente renunciou de forma surpreendente em 25 de agosto de 1961, menos de sete meses depois de assumir o cargo. Também deixou cartinha famosa, afirmando: “Forças terríveis se levantaram contra mim”. Sua saída abriu uma crise no país após militares resistirem a deixar tomar posse o vice João Goulart. Jango acabou assumindo o cargo em um regime parlamentarista que acabaria rejeitado em um plebiscito.

 

Morte de Juscelino Kubitschek

 

AX101_1ED6_9
JK se encontra com jogadores da seleção brasileira (UH/Folhapress)

JK, que fora presidente de 1956 e a 1961, viva no ostracismo imposto pelo regime militar, que cassara seus direitos políticos e o pressionava com investigações. Morreu em um acidente na via Dutra em 22 de agosto de 1976. O caso foi cercado de controvérsias sobre não teria sido um assassinato, o que foi descartado pela Comissão Nacional da Verdade.

 

Morte de Eduardo Campos

 

AX057_1561_9
Eduardo Campos em São Paulo na semana anterior à sua morte (Joel Silva/Folhapress)

O então candidato a presidente pelo Partido Socialista Brasileiro morreu em 13 de agosto de 2014 em um acidente aéreo em Santos (SP). A vice Marina Silva, hoje na Rede, assumiu a candidatura, embolando a disputa, mas acabou em terceiro lugar.

 

Morte de Lady Di

 

BX061_61F6_9
Selo de 1981 comemora o casamento entre Diana Spencer e o príncipe Charles (AP Photo/Royal Mail)

Causou comoção em todo o mundo a morte da princesa de Gales, primeira mulher do príncipe Charles, em um acidente de carro em 31 de agosto de 1997. Diana estava acompanhada de seu namorado, Dodi Al-Fayed, e os dois fugiam de paparazzi.

 

Noite de São Bartolomeu

 

640px-Francois_Dubois_001
Óleo de François Dubois retrata o ataque dos católicos contra os protestantes em Paris

Em um dos mais sanguinários episódios de intolerância religiosa da história, uma multidão católica massacrou protestantes em Paris no fim de agosto de 1572. O número de mortos pode ter chegado a 30 mil. Embora haja controvérsias, acredita-se que a matança tenha começado sob inspiração da mãe do rei Carlos 9º, Catarina de Médici.

 

Bombardeios de Hiroshima e Nagasaki

 

BX086_1B19_9
Fotografia tirada três minutos após bomba nuclear atingir a cidade de Nagasaki (AP Photo/USAF)

Em declaração em 26 de julho de 1945, o presidente americano Harry Truman e seus aliados cobraram a rendição incondicional do Japão na 2ª Guerra Mundial sob pena de “pronta e total destruição”. Os japoneses não aceitaram e os EUA bombardearam Hiroshima em 6 de agosto e Nagasaki no dia 9. A estreia das bombas nucleares mataram centenas de milhares e faria o Japão se render menos de uma semana depois.

 

]]>
0
As inacreditáveis histórias do ditador que fez a rainha Vitória riscar a Bolívia do mapa https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/07/06/as-inacreditaveis-historias-do-ditador-que-fez-a-rainha-vitoria-riscar-a-bolivia-do-mapa/ https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/2016/07/06/as-inacreditaveis-historias-do-ditador-que-fez-a-rainha-vitoria-riscar-a-bolivia-do-mapa/#respond Wed, 06 Jul 2016 12:00:52 +0000 https://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/files/2016/07/melgarejo-180x173.jpg http://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.com.br/?p=355 Em uma América Latina onde é difícil dizer qual caudilho praticou mais desmandos e arbitrariedades, desponta da Bolívia do século 19 um bom candidato a pior déspota do continente.

Pouco lembrado fora das fronteiras bolivianas, o general Mariano Melgarejo, que governou o país andino entre 1864 e 1871 (época em que o Brasil era comandado pelo imperador dom Pedro 2º), é lembrado por muitos bolivianos como o pior presidente da história de um país marcado por péssimos mandatários.

melgarejo

Até hoje circulam no país anedotas sobre as condutas absurdas e às vezes criminosas do então presidente, muitas delas com tons de lendas.

Filho de um espanhol com uma boliviana, Melgarejo era analfabeto, alcoólatra e deu um golpe para chegar ao poder. Era dado a orgias e a passear bêbado com tropas pelas madrugadas de La Paz.

Sua ascensão foi seguida de uma guerra civil que contrapôs suas tropas às do ex-presidente Manuel Isidoro Belzú. Ali começam as histórias que erguem o mito.

Longa vida

O ex-presidente levava vantagem no conflito e ocupava o palácio presidencial, em La Paz, quando foi procurado por Melgarejo, que estaria interessado em um entendimento. Ao invés de negociar, Melgarejo (ou um dos seus asseclas) matou Belzú ali mesmo.

Vendo que uma multidão que desconhecia o crime exaltava Belzú na praça em frente ao palácio, o general levou o corpo do ex-presidente até o balcão e perguntou quem merecia os vivas agora. “Longa vida a Melgarejo!” foi a resposta.

06_07_2016_03_43_24
Ilustração mostra a morte do ex-presidente Belzú em conflito com o general Melgarejo

Em outra oportunidade, em mais uma demonstração de seu poder, o general quis mostrar a um visitante estrangeiro o nível de disciplina de seus soldados. Chamou parte de sua escolta ao gabinete, abriu as portas dos balcões do palácio e ordenou que marchassem em direção ao exterior.

Como ninguém ali queria contrariar as ordens do chefe, os membros de sua guarda pessoal se jogaram do segundo andar do prédio, alguns deles ferindo-se.

Botou no bolso

Com o poder consolidado, Melgarejo estabeleceu uma ditadura violenta que perseguiu opositores e prejudicou especialmente a majoritária população indígena boliviana, tomando suas terras.

Em 1868, Melgarejo reuniu o Congresso para a edição de nova Constituição para o país. Com ela de pé, reuniu a elite política e econômica da Bolívia para um banquete.

Após ouvir discursos exaltando a superioridade da nova Carta magna sobre a anterior, respondeu, para a mofinez generalizada dos presentes: “Não sou nenhum falso nem hipócrita: saibam todos os senhores deputados que a Constituição de 1861, que era muito boa, meti em esse bolso, e a de 1868, que é melhor, segundo esses doutores, já meti em esse outro, e que ninguém governa na Bolívia mais que do que eu”.

Questões externas

É na relação com outros países que o general reúne algumas de suas histórias mais absurdas –além de danosas para a Bolívia.

Foi sob sua administração que foi firmado tratado territorial com concessões ao Chile, que, anos depois, abriria margem para contestações que levariam à perda do litoral boliviano, reclamado até hoje por La Paz.

Ao eclodir a guerra franco-prussiana, o ditador, francófilo declarado, mandou mobilizar as tropas para colocar a Bolívia ao lado da França no conflito, para o terror de seus comandantes, que não viam como viabilizar tal traslado de soldados. Acabou dissuadido e evitou um pesadelo logístico para o mambembe Exército boliviano.

Questões equinas

Um causo famoso envolve o Brasil. Diz a lenda que foi decisivo para a assinatura do Tratado de Ayacucho, de 1867, que vendeu largas porções do território boliviano ao Brasil, a inclusão na negociação de um belo cavalo branco para Melgarejo.

A história se confunde com a lenda comum no Brasil de que o hoje Estado do Acre foi comprado pelo Brasil da Bolívia por um cavalo. Na verdade, a incorporação do Acre só ocorreria décadas depois, por meio de outro tratado, o de Petrópolis.

As questões equinas perpassariam a política externa de Melgarejo em outra ocasião.

De acordo com uma das mais famosas e controversas histórias envolvendo o general, ele obrigou um embaixador britânico que o teria contrariado a montar nu e de costa sobre um burro e circular por La Paz, antes de expulsá-lo do país (vale ressaltar que a história, talvez a lenda magna sobre Melgarejo, tem diversas versões e detalhes dissonantes, entre eles se foi mesmo o general o presidente que protagonizou o episódio).

Ao saber do ocorrido, a rainha Vitória mandou bombardear a capital boliviana. Após ser informada de que isso não seria possível pela distância da cidade do litoral, mandou trazer um mapa, riscou a Bolívia e anunciou que o país não mais existia.

Deposto por adversários internos em 1871, Melgarejo se exilou no Peru, onde acabou assassinado pelo ex-cunhado naquele mesmo ano.

Boa parte das muitas vezes inacreditáveis histórias envolvendo sua funesta passagem pelo comando de um país estão compilados em uma obra de 1917 chamada “El general Melgarejo: hechos y dichos de este hombre célebre”, do biógrafo Tomás O’Connor d’Arlach.


Por diversas razões, este blog estava indesculpavelmente desatualizado há quase dois meses. Espero que isso não volte a ocorrer e que tenhamos aqui novas histórias sempre.

]]>
0